Grey's Anatomy longe dos dias de glória

Já faz algum tempo que larguei de vez Grey's Anatomy e notei que audiência americana também vem seguindo o mesmo caminho. Uma série que começou tão promissora e tão bem trabalhada, rumou pelos caminhos vergonhosos das "soaps", as novelas toscas americanas que lembram demais as mexicanas. Shonda Rhymes, criadora da série, é uma ótima roteirista e sabe muito bem criar momentos dramáticos. Soube escolher um grande elenco, atribuindo aos atores personagens que caíram como uma luva. Mas Shonda não sabe lidar com a história a longo prazo. Ela gosta de provocar o telespectador de uma maneira tão irritante que a todo momento ele se pergunta se vale mesmo a pena a continuar assistir aquilo. Depois vem um caso novo no hospital que nos deixa encantados de novo e jurando que aquela é a melhor série que existe.

Comigo foi assim, mas depois 5 temporadas ponderando sobre largar a série ou não, decidi largar de vez. Todo final de temporada algo chato acontece. Meredith descobre que Derek é casado, depois passa a voltar com ele e a desistir dele inúmeras vezes (principalmente em finais de temporada). Depois da volta de Denny fantasma, de Izzie chatinha com câncer, da morte prematura de George e da uma união de hospitais trazendo uma leva de novos personagens, não deu. Shonda pediu pra gente não ver mesmo.

Semana passada, The Office conseguiu o feito de passar a audiência de Greys na faixa etária mais importante aos patrocinadores, a de 18-49. Foram 4.7 para The Office e 4.0 para Greys. Na soma total de audiência, Greys ainda vence, foram 11,788 milhões contra  9,028 milhões de Office.

Temos que levar em conta que a NBC fez muita propaganda do episódio especial de The Office (o nascimento do bebê de Pam e Jim) e que este feito pode ser apenas um caso isolado, mas é um sinal de que o drama médico já não é tão imbatível como antigamente, e que a audiência americana está mais esperta do que se imagina.