domingo, 17 de março de 2013

Review Arrow - 1x01 - Pilot



Um milionário que perde os pais e busca justiça vestindo uma "fantasia", vivendo como um playboy na sociedade e usando seu dinheiro para criar armas e montar um QG secreto. A história do Arqueiro Verde nos quadrinhos é esta que resumi em uma linha, muito parecida com a do Batman, e realmente foi inspirada nela. Até um assistente a la Robin ele tem, um jovem a quem ele ensina suas técnicas e o chama de Speedy (no Brasil o nome ficou como Ricardito).


Apesar do herói ter seu nome exatamente como nos quadrinhos (e também como apareceu na série Smallville) de Oliver Queen, há muitas diferenças entre as histórias, o que torna a série de TV como uma saga independente dos quadrinhos, e portanto, inédita. É claro que é constituída por elementos da série original, mas ainda assim representa algo novo e interessante. Mais tarde farei um texto falando das histórias do arqueiro nos quadrinhos e quais elementos dessas histórias estão presentes na série. Agora vamos ao episódio piloto.

Oliver (Stephen Amell), um jovem de 22 anos, o playboy riquinho de Starling City, está no iate da família Queen com seu pai, sua namorada e uma pequena tripulação, quando um acidente provoca o naufrágio violento da embarcação. A namorada de Oliver, Sarah Lance (Jacqueline MacInnes Wood), é tragada pelas águas no incidente, restando apenas Oliver, seu pai e um tripulante num bote salva-vidas. O pai de Oliver, Robert Queen (Jamey Sheridan), entrega ao filho um caderno com nomes dos criminosos e corruptos de Starling City e pede ao filho que corrija os erros de seu passado e faça justiça. Logo em seguida, Robert saca uma arma atira no outro tripulante e antes de atirar em si próprio, pede ao filho que sobreviva. Depois de alguns dias à deriva, Oliver chega até a misteriosa ilha de Lian Yu, que em mandarim significa "purgatório". A apresentação da ilha é o que também abre o episódio da série, com Oliver vestido em trapos, correndo pela mata como um selvagem, tentando chamar a atenção de uma embarcação que se aproximava, podendo assim sair da ilha depois de 5 anos preso nela.

Essa história do passado de Oliver, que resumi em um parágrafo, é contada durante todo o episódio, em paralelo com os fatos do presente narrando a volta de Oliver a Starling City. Esse tipo de narrativa é interessante ao revelar aos poucos os fatos da história, pois faz um comparativo do Oliver do passado com o Oliver do presente. Se a narração fosse feita de forma linear, com os fatos na ordem em que aconteceram, não teríamos o mesmo efeito.

Oliver retorna para casa prometendo cumprir o pedido de seu pai. Tudo o que ele passou na ilha serviu para transforma-lo numa pessoa completamente diferente do que era. O que acaba sendo notado, em parte, por sua família, a mãe Moira (Susanna Thompson), a irmã de 15 anos Thea (Willa Holland) e o novo padrasto Walter Steele (Colin Salmon), presidente das indústrias Queen. E já nesse primeiro encontro várias teorias começam a ser levantadas, a começar pela mãe de Oliver. Ela manda sequestrar o próprio filho para interroga-lo sobre o acidente e descobrir o que ele sabe. E seu casamento com Walter também levanta suspeitas, já que ele é a principal voz de comando no império da família.

E outra coisa que pode levantar suspeitas para um futuro um pouco mais distante é o apelido de Thea, "speedy" que faz referência ao parceiro de arco e flecha que o Arqueiro Verde tem nos quadrinhos. São dois parceiros que ganham o nome de Speedy, o primeiro é um rapaz e o segundo uma garota. Seria Thea a futura "Speedy"? Pra completar o quadro de possibilidades, o primeiro parceiro do Arqueiro tem problemas com drogas em algum momento da parceria, algo que Thea já está envolvida.

Também somos apresentados a mais três personagens que serão bem frequentes na série: Tommy Merlyn (Colin Donnell), amigo de Oliver que nos quadrinhos se torna um vilão arqueiro; Dinah Laurel Lance (Katie Cassidy), chamada na série de Laurel, nos quadrinhos é a Canário Negro, filha da Canário Negro original, Dinah Lance, ex-namorada de Oliver e irmã de Sarah (a namorada de Oliver que morreu no iate); e o detetive Quentin Lance (Paul Blackthorne), pai de Laurel e Sarah.

E já nesse episódio Oliver começa a montar sua base de operações em uma antiga fábrica abandonada da família. Vemos sua série de exercícios de treinamento, a confecção de suas flechas, exercícios de força, enfim, tudo o que é necessário para manter suas habilidades em dia. Ele sofre um sequestro, mais tarde revelado como parte de um plano de sua mãe, tenta manter as aparências de sua vida como um garoto mimado e superficial indo a uma boate badalada, e já parte pra cima do primeiro nome em sua lista de vingança. Nem parece que esse episódio tem apenas 42 minutos de duração (sem comerciais) pois acontecem muitas coisas no decorrer dele.

Conhecemos um pouco mais sobre Laurel, que é uma advogada em prol das minorias. Vemos o quanto ela odeia Oliver por te-la traído com sua irmã, o que a encaminhou para sua morte. E que também, no fundo, no fundo mesmo, ela ainda gosta dele, assim como ele gosta dela. E também fica registrado que Tommy teve um relacionamento com Laurel, nesse meio tempo em que Oliver foi considerado como morto. Aliás, Tommy, o amigo de Oliver, é retratado como outro riquinho mimado, um personagem ainda desinteressante de se assistir, mas que pode render mais no decorrer da temporada.

Mais interessante é o detetive Quentin Lance, pai de Laurel. Ele é do tipo honesto e destemido, assim como sua filha, ele encara os grandes criminosos da cidade, sem medo. Vive preocupado com a filha, exatamente por ela ser como ele.

E ainda faltou mencionar John Diggle (David Ramsey), ex-militar que a mãe de Oliver contrata para proteger o filho aonde quer que ele vá, o que acaba rendendo várias cenas de Oliver fugindo de Diggle para poder colocar em prática suas ações como justiceiro de arco e flecha. Até o momento, o alter-ego de Oliver é conhecido apenas como justiceiro mesmo, mas logo deve aparecer algum apelido da imprensa, assim como foi nos quadrinhos. Será que irão usar apenas Arrow mesmo?

Termino esse review concluindo que esse primeiro episódio é bem solido, com uma história bem construída e apresentada. Não é a toa que alcançou altos índices de audiências para o canal CW nos EUA, e está entre as séries mais bem sucedidas do canal na atualidade, ao lado de Supernatural e Vampire Diaries. Lembra bastante Smallville é até quase impossível não fazer uma comparação entre as séries. O clima é bem parecido, mas é algo recorrente em outras séries do canal, como The Beauty And The Beast, por exemplo. Mas as comparações não vão muito longe. Em Arrow os produtores já se comprometeram a evitar super-poderes, mantendo os personagens o mais próximos da realidade. Há também diversos elementos ainda ocultos no enredo que serão apresentados conforme a história for progredindo. Isso significa que há um planejamento maior na série, algo que vai além do que acontece em um episódio apenas. E espero que siga assim, pois a série é realmente promissora.

Nota: 9/10

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